top of page

Natal Imperfeito

  • Foto do escritor: Giovana Cogo
    Giovana Cogo
  • 26 de dez. de 2017
  • 2 min de leitura

Ela se trancou no quarto naquela tarde de Natal. E chorou trancada em seu quarto naquele quase anoitecer de Natal. Ela estava pensando nele e no quando seu coração o pertence, em quanta saudade ela sentia, no sorriso e no abraço dele, que ela queria e precisava tanto.

E então ela se lembrou, lembrou da primeira vez que o viu, era uma festa, amigos em comum fizeram ela ver ele pela primeira vez. Mas a beleza dele não valia muito, curiosamente, com meia hora de conversa ela se interessou, mas como sempre o medo de ser rejeitada era maior, ficou quieta. Tentou flertar, mas ele não percebeu (ela era horrível em flertar).

Como ela se arrepende de não ter sido mais clara, de não ter tomado a atitude. O problema é que ela deixa sempre pra outra pessoa tomar atitude, pois todas as vezes em que ela dá o primeiro passo, é rejeitada, e ela já se machucou tanto assim.

Uma semana de conversa e ela sentia que ele era diferente e especial, alguém que entrou na vida dela por um motivo, e, aquilo foi tão intenso que ela não conseguiu guardar pra si. Contou pra ele e, pela primeira vez, o cara que ela gostava não era um babaca, ele realmente era diferente dos outros.

Mas era tarde porque era a última semana dele naquela cidade, ele iria embora, pro outro lado do país. E a distância é uma porcaria, separando o coração dela do dele.

Mantiveram o contato, mas pra ela não sofrer ele a "esqueceu". Ela pensou que era assim que devia ser, também devia esquecê-lo, deixa-lo de lado, foi uma coisa tão efêmera e mesmo assim todas as semanas, dia após dia, ela lutava contra os dedos que coçavam para digitar "OI".

Com o tempo aquela coisa intensa dentro dela foi diminuindo, ficando menor, quase inexistente, até que ele mandou "OI" pra ela, e pela primeira vez em meses ela respirou aliviada, feliz, respondeu-lhe e voltaram a se falar. Todos aqueles sentimentos guardados no cantinho do coração dela voltaram, muito mais intensos.

Ela ainda lembra de quando viu ele pela primeira vez e se surpreende porque, pra ela, agora ele é o cara mais lindo desse mundo, tanto por dentro quanto por fora. Ele é inteligente e gosta das mesmas coisas que ela, é profundo e humano, um humano bom com vários defeitos e muitas qualidades. O cabelo bagunçadinho era mais comprido do que hoje. Os olhos que curariam essa solidão do peito dela são brilhantes e delicados. O sorriso ainda é o mesmo (pelo qual ela tem quase certeza de que esta apaixonada): bondoso, branco, fácil... e ao mesmo tempo difícil, ele também já sofreu demais. Um sorriso guardado pelos lábios, que também são os mesmos, os quais já tocaram as bochechas dela naquela despedida rápida, aquela maldita despedida rápida, e mesmo sendo afoita, fizeram ela ficar com a perna fraca.

Ela ama ouvir a voz dele, é calma e aquieta aquele coração triste, ainda mais triste naquela noite de Natal, quando ela lembrou o quão (e único dia) ela já esteve perto daquela boca que parece ser a perdição e daquele rapaz que parece mais com sua salvação.


ree

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
Dançar tem a ver com Livros?

Eu guardo comigo a lembrança doce do dia em que você pegou a minha mão direita e tentou me girar, como num passo de dança. Não entendi o...

 
 
 
Ainda não Chegou a Primavera

Você partiu muito cedo, me deixando sozinha com meus problemas e jurou que tudo ficaria bem, mas não ficou. Não alcancei uma resposta...

 
 
 
O que vamos dizer ao mundo?

É difícil voltar a escrever depois tanto tempo sem colocar as palavras pra fora. Isso sempre acontece, esses meus momentos de baixa e...

 
 
 

Comentários


  • Facebook Social Icon
  • Twitter Social Icon
  • Instagram Social Icon

© 2017 por cima da multidão. Orgulhosamente criado com Wix.com

Faça parte da nossa lista de emails

bottom of page