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Eles querem. Eu posso.

  • Foto do escritor: Giovana Cogo
    Giovana Cogo
  • 26 de mar. de 2018
  • 2 min de leitura

Precisava escrever, mas estava sem ideias, eu simplesmente precisava porque estava sobre carregada e as palavras me acalmam. Umas coisas ali, outras aqui, nada interligado, e muitos textos que não se interligam me deixam frustrada. O livro está com problemas, talvez seja preguiça ou bloqueio criativo, talvez os dois, mais provavelmente os dois.

Então algumas coisas se interligaram e problemas vieram até mim e de repente um texto abandonado fez todo sentido. Voltemos a ele:


Me pergunto sobre o que querem de mim.

Eles querem me programar pra ter a mesma vida de sempre. Casada, mãe, recatada e do lar. Um robô da sociedade merda que me oferecem. Querem tirar o pouco que tenho e me colocar "no meu lugar", quieta. Comandar a minha vida por mim é errado.

Eu vejo a maldade em todo lugar, vejo uns passando a perna nos outros, vejo pessoas desistindo, vejo a vez de quem merece nunca chegar e isso me irrita. Me irrita toda essa lama de porcos que jogaram em cima de mim e de você.

Não é do meu feitio ficar quieta vendo outra pessoa sofrer. Não, eu grito, eu luto, eu me debato nas mãos de quem me controla, e quero tirar essa alienação da cabeça dessa outra pessoa também. Porque ela não percebe como se deixa manipular?

Você vem até mim e diz que não suporta mais nadar contra a maré, e você já está quase na praia, pare de se agarrar aos coletes salva-vidas que os do barco jogam pra você, eles querem te capturar, não te libertar pra viver. Querem colher você, ali perto da praia, e levar como escrava, como fizeram com outros a séculos atrás. E isso é muito errado.

Repito: você está quase na praia, se esforce um pouco mais, eu te darei minha mão e nadaremos juntos. Quando chegarmos na praia vou te mostrar o que literalmente significa ter um lugar ao sol e todas as braçadas valerão a pena, todo o esforço vale, correntezas mais fortes são para os melhores nadadores.

É difícil, eu sei, eu também estou nadando, eu também preciso respirar, também preciso da sua mão.

Respire fundo, faça todos os brônquios trabalharem. Se engolir um pouco da água salgada, tudo bem, todos engolimos as palavras amargas, azedas e salgadas demais na vida. Essa água pesa, são as críticas, são aquelas questões que levantam duvidando da sua índole e sonhos. Quando chegarmos à praia eu te mostro a verdadeira água, pura e cristalina, os elogios, o carinho.

Todos erramos e isso é normal. Aprendemos. Você só precisa saber que o que quer, você pode, tudo.

Diga não ao que eles querem, não entre no barco que querem de enfiar. Nade contra a correnteza e possua seu tesouro no final.

Ilhas normalmente costumam ter tesouros e não sei se especifiquei, mas agora vou: é a praia de uma ilha que está a vista.

Boa sorte.

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