Carta (01)
- Giovana Cogo

- 20 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
Meu querido,
Eu te imagino vindo até mim. Percorrendo o longo corredor e chegando até uma pequena distância, onde eu possa tocar seu rosto e sentir sua pele macia, a distância de um braço, onde você pode bagunçar meu cabelo e me deixar sem jeito -porque é você e sua mera existência me deixa sem jeito.
Eu imagino você conversando comigo. Você simplesmente não consegue evitar, conversar comigo agora é algo necessário, algo que melhora tanto seus dias quanto os meus. Respondo suas perguntas com longas falas e você presta atenção, gosto disso em você, ás vezes você viaja pra outro mundo e isso me deixa brava, porque eu quero seus olhos nos meus e não zanzando pela janela, quero sua atenção meiga, quero seu sorriso e suas falas longas, as histórias felizes e tristes.
Eu imagino a piada ruim que só você sabe fazer ficar divertida e em meio ao meu riso esganiçado (aquele riso que contagia e te faz rir também) me inclino para trás. Quando realmente dou essa risada verdadeira, imagino você chegando mais perto, quase no meu ouvido e sua voz rouca me fazendo arrepiar. Era outra piada ruim, dessa vez dou uma risada nervosa, porque quando você está perto demais minhas mãos soam e minha boca seca.
E eu imagino você segurando minha mão no meio de uma caminhada, onde estamos lado a lado, e como a tentação, você finalmente segura minha mão. Nesse momento nossos sorrisos são brilhantes. É muita emoção segurar sua mão, meu querido.
Eu imagino nosso primeiro beijo doce e tímido, afoito e bom, forte e intenso. Os nossos olhares queimando de paixão, somos jovens e construímos um futuro juntos. Vale a pena sonhar com você porque você me trás sensações boas e puras.
Eu imagino, e esse é o problema: minha imaginação ser tão fértil. Ainda nem te encontrei e já escrevi nossa história de amor. Por favor, quando você vier até mim "que a espera seja curta e o encontro longo", me surpreenda, fuja da previsibilidade de momentos perfeitos e não siga o roteiro clichê que criei.
Sua Amada.



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